Revoltados, familiares de dupla morta por indígenas fecham BR e estudam acampar em frente a prédio da Justiça

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Do: Olhar Direto

Em busca de celeridade nas investigações sobre a morte dos amigos Genes Moreira dos Santos Júnior, de 24 anos, e de Marciano Cardoso Mendes, de 26 anos, que já completou um mês – amigos e familiares prometem avaliam ‘montar’ acampamento em frente ao prédio da Justiça Federal na cidade.  No dia 9 de dezembro, os dois rapazes foram abordados por um grupo de indígenas da etnia Enawenê Nawê, após serem abordados em um pedágio. Neste fim de semana, amigos e familiares chegaram a bloquear trechos da BR-174 e da MT-130, por algumas horas.

*Ao Olhar Direto  ela relatou que o  crime foi testemunhado por um funcionário da Fundação Nacional do Índio (Funai). Ela relatou que o rapaz ainda tentou auxiliar aos dois rapazes, sem sucesso.
*Ao Olhar Direto ela relatou que o crime foi testemunhado por um funcionário da Fundação Nacional do Índio (Funai). Ela relatou que o rapaz ainda tentou auxiliar aos dois rapazes, sem sucesso.

Irene Henrique dos Santos, irmã de Genes, argumenta que toda a família sofre imensamente e que o caso é moroso, o que desperta ainda mais revolta pela situação. “Nós criamos um grupo de apoio e vamos nos reunir para deliberar o que vamos fazer ainda nesta tarde, mas queremos chamar a atenção. Não pode acabar assim”, reclama. Segundo Irene, para hoje,12, uma reunião já foi agendada com o juiz federal da cidade. ‘Conforme o resultado dessa reunião poderemos, até mesmo, ir para Brasília e nós podemos também fechar a rodovia’.

Genes foi morto com seis tiros, sendo quatro na cabeça, um na barriga e outro no coração. Marciano foi morto a tiros e ainda sofreu perfurações nos olhos. Os dois rapazes foram abordados quando seguiam em direção à Bolívia para que fizessem compras de roupas. A dupla estava em poder de cerca de R$ 1 mil. Genes já fazia o trajeto há 18 meses. Já o amigo viajava com ele pela primeira vez.

Segundo Irene, Genes e Marciano estavam a bordo de uma picape F-1000, ano 86, que havia sido adquirida dias antes do assassinato. As agressões foram presenciadas pelo funcionário da Funai, que estava parado próximo a uma ponte. “Ele contou que viu quando os índios questionaram sobre os mil reais. E meu irmão perguntou por que ele não iria pagar os R$ 75 do pedágio. Na sequência, já começaram a bater no meu pela janela. O Marciano tentou sair do carro e foi cercado pelos índios. Arrancaram eles do veículo e espancaram. Meu irmão foi muito espancado e o primeiro a ser baleado. O R.{servidor da Funai} tentou intervir”. Ainda conforme a Irene, o funcionário público também foi ameaçado pelos indígenas e ficou com uma arma engatilhada a sua cabeça. Ele negou que a dupla tenha ‘atacado’ ao grupo indígena como chegou a ser divulgado.

“Meu irmão foi o primeiro a morrer. O Marciano assistiu tudo e depois foi levado para aldeia. Lá ele foi morto e ainda teve os olhos perfurados”, relata Irene.

Mesmo após o duplo assassinato, a cobrança de pedágio pelos indígenas continua a ser feita. Motos são obrigadas a pagar a quantia de R$ 20. Carros pequenos, R$ 50. Caminhonetes R$ 75 e ônibus e carretas a quantia de R$ 100. Parte da rodovia que dá acesso a Vilhena (RO) passa na área de Terra Indígena que abriga os Enawenê.

Para apurar o caso, a Polícia Federal instaurou procedimento criminal e requisitou a Justiça o decreto de prisão de três indígenas identificados (com ajuda do servidor da Funai) responsáveis pela morte. O caso tramita em segredo de Justiça.

Em nota enviada a redação do Olhar Direto, a Fundação Nacional do Índio (Funai), alertou para tentativas equivocadas de criminalização da comunidade indígena e afirmou que trabalha em colaboração com polícia para que os responsáveis pelos crimes sejam identificados e responsabilizados.

Para imprensa de Juína, o juiz federal da subseção de Juína, Antônio Lúcio Túlio de Oliveira Barbosa, informou por meio de nota que não há qualquer mandado de prisão pendente de assinatura na Justiça Federal. Ainda esclareceu que nem todos os casos que envolvem indígenas são de competência da Justiça Federal. No caso em questão, houve entendimento de que o processo deveria ser julgado perante a Justiça Estadual.  De acordo com a regra vigente para o caso, “Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o indígena figure como autor ou vítima.”

Genes estava noivo e fazia viagens para ampliar sua renda. Marciano, que era casado e pai de uma criança de três anos, viajava na companhia do amigo pela primeira vez. Ele também tinha a meta de aumentar a renda familiar.

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