Vigilância sanitária descarta irregularidades em salmão e frutos do mar fornecidos por empresa investigada em MT

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Por g1 MT
Grupo utilizava empresas de fachada — Foto: Polícia Civil

A Vigilância Sanitária de Cuiabá comunicou, nesta quinta-feira (6), que não encontrou irregularidades nos produtos de pescado fornecidos por uma empresa investigada por sonegação fiscal. Isso ocorre após o delegado da Polícia Civil, Rafael Scatolon, ter declarado em coletiva de imprensa que os produtos, como salmão e frutos do mar, estavam estragados e eram entregues aos restaurantes de comidas orientais na região.

No local, os produtos estavam devidamente acondiciados em câmaras frias, de forma limpa e organizada. Não foram encontrados alimentos com prazo de validade vencida, segundo a vigilância. No entanto, foi identificado que o estabelecimento funcionava de forma clandestina, sem CNPJ e nem alvarás sanitários e de funcionamento, bem como notas fiscais emitidas em nome de uma empresa que funcionava em outro endereço.

Nessa terça-feira (3), a Justiça revogou a prisão dos 15 investigados por sonegação fiscal envolvendo a venda de salmão e frutos do mar. O esquema foi revelado em uma operação da polícia na sexta-feira (30).

Segundo a investigação, as empresas de fachada eram usadas para venda de salmão, frutos do mar e peixes em Cuiabá e Várzea Grande, região metropolitana da capital.

Com o esquema para pagar menos impostos, os preços ficavam abaixo do que é praticado no mercado. Um dos delegados que participaram da operação levantou outra suspeita: de que os produtos alimentícios estariam estragados e armazenados de forma irregular para consumo.

Os advogados que defendem o grupo investigado disseram, em nota, que a empresa sempre forneceu mercadoria de excelente qualidade e lidou de forma idônea no manejo dos produtos, o que será comprovado no processo. A defesa disse que colabora com a Justiça na apuração dos fatos.

Entenda o caso

A investigação identificou que o grupo era composto por três núcleos: administrativo e financeiro; contábil e o terceiro composto por pessoas proprietárias das empresas de fachada. Além disso, contavam com facilidades para confeccionar procurações em cartório e tentavam cooptar funcionários para dar continuidade ao esquema.

Segundo a Polícia Civil, o esquema, investigado há pouco mais de um ano, demonstrou que a organização vinha, reiteradamente, sonegando impostos e utilizando empresas de fachada. Inclusive, atuava com a criação de pessoas fictícias, com procurações outorgadas aos responsáveis pelo esquema para a compra de mercadorias nas regiões Sul e Sudeste, que eram revendidas pela beneficiária do esquema criminoso, procurando dar aparência de legalidade à fraude.

Participam do cumprimento dos mandados 105 policiais civis da Diretoria de Atividades Especiais, Diretoria Metropolitana, Diretoria do Interior, Sefaz, Vigilância Sanitária de Cuiabá, Politec e Delegacia de Repressão ao Crime Organizado de Mato Grosso do Sul.

Nome da Operação

“Salmonidae” (salmonídeos) é a única família de peixes actinopterígeos pertencente à ordem salmoniformes. Os salmões e as trutas do gênero salmão dão o nome a esta família e à respectiva ordem.