Adolescente de 13 anos passava por uma crise de ansiedade, jogava mesas da sala de aula nas professoras e colegas, quando o professor de outra turma foi chamado para conter o jovem.
Por João Carlos Morandi e Rogério Júnior, TV Centro América e g1 MT
A mãe do aluno com autismo de 13 anos que foi agredido por um professor, nessa quinta-feira (29), em Sinop, ao norte do estado, contou à TV Centro América que o profissional não tem preparo para lidar com a crise de ansiedade pela qual o filho dela passava. O professor desferiu dois socos no rosto do adolescente e, segundo a mãe, não tem como desculpá-lo por isso.
Ela não quis se identificar, mas relatou que, assim que chegou na Escola Estadual Olímpio João Pissinati Guerra, onde ocorreu a agressão, o filho estava ao lado do professor.
O professor foi afastado da escola, segundo a Diretoria Regional de Educação (DRE), até o esclarecimento do caso.
O filho dela tem autismo e estuda no sexto ano na unidade escolar. Segundo a DRE, ele havia sido afastado da escola no dia 3 de maio e retornou às aulas nessa segunda-feira (26), por indicação médica. O jovem foi diagnóstico com Transtorno Opositor Desafiador (TOD) e Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Durante uma crise de ansiedade, o aluno começou a bater na carteira e teria pego uma mesa para arremessar em outros alunos e professoras, quando elas chamaram um profissional de outra turma, que segurou o estudante pelos punhos. Mas o aluno conseguiu se soltar para pegar outra mesa, momento em que o professor teria desferido socos contra o rosto dele, segundo o boletim de ocorrência.
Diante dessa situação, a mãe se mostrou bastante indignada.
O professor foi encaminhado até a delegacia com a chegada da Polícia Militar. O Corpo de Bombeiros e o Conselho Tutelar foram acionados e estiveram na escola. O aluno foi socorrido e levado para uma unidade de saúde na cidade.
O caso
A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) informou, em nota, que a DRE tomou as providências que o caso exige e disse que o aluno já era acompanhado desde o ano passado e tem acompanhamento psicológico.
A Seduc disse que tem um professor auxiliar que foi contratado para acompanhar o estudante depois de uma decisão judicial. Mas a nota não deixa claro se o aluno era acompanhado por esse professor auxiliar durante o momento da crise de ansiedade.