Polícia Federal faz operação contra grupo que movimentou R$ 30 milhões em contrabando de ouro e diamantes

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Por g1 Piracicaba e Região
Joias apreendidas em operação contra grupo que movimentou R$ 30 milhões em comércio ilegal — Foto: Divulgação/Polícia Federal

A Polícia Federal de Piracicaba (SP) realiza nesta quarta-feira (26) uma operação contra a extração e comércio ilegal de pedras preciosas, em especial diamantes brutos e ouro.

Segundo a Polícia Federal, há provas que a organização criminosa atua em mais de dez de países, envolvendo fornecedores, clientes e instituições bancárias utilizadas para a engenharia financeira, com movimentação de valores superiores a R$ 30 milhões.

Foram presas quatro pessoas no Brasil, sendo duas em Piracicaba, uma em São Paulo e outra no Distrito Federal. Uma quinta pessoa foi presa nos Estados Unidos e há um investigado na Inglaterra. Todos os presos são brasileiros.

A Justiça Federal também determinou o bloqueio de R$ 38 milhões dos investigados.

Pedras e joias apreendidas em operação da PF contra comércio ilegal — Foto: Divulgação/Polícia Federal de Piracicaba
Pedras e joias apreendidas em operação da PF contra comércio ilegal — Foto: Divulgação/Polícia Federal de Piracicaba

Foram cumpridos também 38 mandados de busca e apreensão, nas cidades abaixo:

  • Barueri (SP)
  • Bom Jesus dos Perdões (SP)
  • Bragança Paulista (SP)
  • Claudio (MG)
  • Corumbá (MS)
  • Cuiabá (MT) – 2 mandados
  • Distrito Federal – 2 mandados
  • Guarulhos (SP)
  • Ibiporã (PR)
  • Indaiatuba (SP)
  • Iracemápolis (SP)
  • Juína (MT) – 2 mandados
  • Limeira (SP)
  • Maringá (PR)
  • Ouro Preto (MG) – 2 mandados
  • Piracicaba (SP) – 6 mandados
  • Rondonópolis (MT)
  • Saltinho (SP) – 2 mandados
  • Salto (SP)
  • São Paulo (SP) – 6 mandados

 

Arma e joias apreendidas em operação da PF contra comércio ilegal de ouro — Foto: Divulgação/Polícia Federal
Arma e joias apreendidas em operação da PF contra comércio ilegal de ouro — Foto: Divulgação/Polícia Federal

Também constam medidas cautelares a serem cumpridas por cooperação policial e jurídica com Estados Unidos, Bélgica, Inglaterra e Emirados Árabes Unidos.

De acordo com a PF, o nome da operação é Itamarã faz referência à comunidade indígena Tekoha Itamarã, de etnia Guarani, a qual utiliza o nome em referência a diamante.

Investigação

As investigações começaram no segundo semestre de 2020, quando informações recebidas pela Unidade de Inteligência da Polícia Federal em Piracicaba apontaram para a existência de uma organização criminosa que atuaria na extração mineral irregular, receptação qualificada e contrabando de pedras preciosas.

Objetos e joias apreendidas em operação contra comércio ilegal de pedras preciosas — Foto: Divulgação/Polícia Federal de Piracicaba
Objetos e joias apreendidas em operação contra comércio ilegal de pedras preciosas — Foto: Divulgação/Polícia Federal de Piracicaba

As primeiras informações foram confirmadas por meio da prisão em flagrante de um dos investigados quando embarcava no Aeroporto Internacional de Guarulhos com destino a Dubai, transportando diamantes brutos sem a devida documentação fiscal, avaliados em mais de R$ 350.000,00.

Segundo a PF, em dezembro de 2020, uma nova carga pertencente a mesma organização criminosa foi interceptada no Aeroporto de Confins, pela Receita Federal, desta vez, barras de ouro com destino aos EUA.

Polícia Federal durante operação contra comércio ilegal de pedras preciosas — Foto: Divulgação/Polícia Federal
Polícia Federal durante operação contra comércio ilegal de pedras preciosas — Foto: Divulgação/Polícia Federal

Em mais uma oportunidade, mediante cooperação policial internacional com agentes da agência americana HSI (Homeland Security Investigations) da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, foi possível apreender com um dos integrantes da organização, ao ingressar nos EUA, cerca de quarenta diamantes brutos.

Foram identificadas negociações com pessoas nos países da China, Inglaterra, Bélgica, Emirados Árabes, Estados Unidos, Cingapura, França, Canadá, Gana, Namíbia, África do Sul, Espanha, Serra Leoa e Suíça, além da estruturada atuação em território brasileiro em diversos estados da Federação.

Entre os recursos criminosos utilizados estão a abertura de empresas, com o fim específico de emissão de notas fiscais falsas para enganar os órgãos de fiscalização, e a cooptação de empresas legítimas, devidamente regularizadas no Cadastro Nacional de Comércio de Diamantes Brutos (CNCD), para emissão de documentos falsos e viabilização da remessa das pedras ao exterior.