Mês da Mulher é encerrado com palestra sobre violência doméstica e a Lei Maria da Penha

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De: Prefeitura Municipal de Campo Verde

Uma palestra realizada na sede da Associação dos Servidores Municipais de Campo Verde pelas Secretarias de Assistência Social e de Administração e Recursos humanos abordando o tema “Tipos de Violência Contra as Mulheres” e a “Lei Maria da Penha”, marcou o encerramento do Mês das Mulheres em Campo Verde.

A palestra foi ministrada pela 3° sargento Josiely e pelo soldado Marques, que atuam na Patrulha Maria da Penha. Participaram servidoras de todas as secretarias que compõem a Administração Municipal.

De acordo com os números apresentados pela Polícia Militar e pela Assistência Social, apesar de todas as campanhas de conscientização e das mudanças na legislação, os casos de violência contra as mulheres em Campo Verde respondem por 70% das ocorrências atendidas pela PM.

A militar ressaltou que palestras como a realizada na manhã de hoje ajudam a demonstrar a importância da denúncia para que seja quebrado um ciclo de violência que começa com pequenas agressões e muitas vezes termina em tragédia, em assassinato.

“Começa com um empurrão, um puxão de cabelo, um xingamento. Aí vem o pedido de desculpa, aí vem a desculpa, aí vem aquela fase da “lua de mel”, com tudo lindo, maravilhoso e depois começa de novo. É um ciclo que não para e tem que ser quebrado para se evitar um mal maior”, enfatizou a policial. “Então, mulheres, denunciem, não se cale, não aceitem violência”, disse ela.

Técnica de segurança do trabalho da Prefeitura, Sônia Cardoso Tofolette comentou que a palestra serviu também para quebrar o mito de que violência contra a mulher é apenas física e que existem outros tipos que, se não deixam marcas pelo corpo, podem proporcionar problemas de ordem psicológica. “E às vezes a gente fica focado achando que não está acontecendo conosco, do nosso lado… questão de nível social, e não, às vezes acontece em todas as casas vários tipos de violência. E a [palestra] além de conscientizar as nossas servidoras, que elas sejam multiplicadoras do conhecimento que adquiriram aqui, porque às vezes elas não são vítimas, mas convivem com vítimas”, observou a técnica de segurança no trabalho.

Para a secretária municipal de Assistência Social e primeira-dama de Campo Verde Rosilei Pereira Borges de Oliveira, o número de ocorrências policiais registradas envolvendo violência contra mulheres em Campo Verde causa espanto e é preciso unir esforços para que a situação seja mudada.

“Precisamos conversar com os homens, que são os agressores, conversar com as mulheres, para que elas tenham força, coragem de realizar a denúncia”, disse a secretária.

Ela também ressaltou que a conscientização sobre a não violência doméstica deve começar ainda na fase da infância ou da adolescência, de forma que os meninos aprendam que não se deve agredir as mulheres e que as meninas saibam que todo o tipo de violência deve ser denunciado. “Nós percebemos que é uma cultura, que isso vem desde os primórdios”, observa a secretária.

Porém, ela destaca que a criação da Lei Maria da Penha foi um grande avanço, mas que é preciso mais. “Principalmente, falarmos para as crianças, conversar com os meninos, ensinar que homens precisam respeitar as mulheres, precisam respeitar sua mãe. Para que essas crianças que serão os homens de amanhã, as mulheres de amanhã, saibam e tenham conhecimento do que é a Lei Maria da Penha, o que é crime, o que você aceita, o que você não aceita que façam com você”, disse a secretária.