Diretor é preso por suspeita de desviar R$ 292 mil de escola em MT

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Por Gustavo Nolasco, Carla Salentim e Pedro Mathias, TV Centro América e g1 MT
Escola Estadual 3 de Maio é a única escola administrada pelo estado de Nova Guarita (MT) — Foto: Gustavo Nolasco/Arquivo pessoal

O ex-direitor da Escola Estadual 13 de Maio, em Nova Guarita, a 667 km de Cuiabá, foi preso preventivamente nesta terça-feira (28), por suspeita de desviar cerca de R$ 292 mil em verbas públicas que deveriam ser usadas para compra de materiais e obras.

De acordo com a Polícia Civil, Diego Fernando Hermann, de 33 anos, usava o dinheiro em apostas e investimentos na Bolsa de Valores. As contas dele também foram bloqueadas e bens podem ser apreendidos.

O investigado, segundo denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), fez 23 desvios e usava terceiros, como amigos e parentes, para cometer o crime de peculato, que é quando se tira proveito da função pública em benefício próprio. Ele também conseguiu que funcionárias da escola assinassem cheques em branco.

À TV Centro América, o advogado Marcus Macedo, que representa o diretor, informou que ele admite que houve uma “conduta incorreta” e que está à disposição da Justiça para prestar os esclarecimentos e fazer o ressarcimento dos valores. Acrescentou que os recursos não foram incorporados ao patrimônio do diretor e que ele soube do pedido de prisão na sexta-feira (24) e se entregou nesta terça.

g1 tenta contato com a Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT).

O desvio ocorreu diversas vezes e com valores que variaram de R$ 2.500 a R$ 25 mil. Um dos depósitos foi feito, conforme as investigações, para o cunhado de Hermman. Outros cinco, para dois professores da escola.

Segundo a polícia, em outra ocasião, o diretor entregou um cheque de R$ 20.380 a uma pessoa que prestou serviço de R$ 380 e, depois, depositou R$ 13 mil diretamente ao suspeito.

O diretor assumiu a administração da escola, que atualmente está com parte do prédio interditada por risco de desabamento, em 2019 e foi afastado em 2022, depois que tesoureiras identificaram que, em anos anteriores, não haviam sido feitos os investimentos em manutenção. Funcionários também registraram boletins de ocorrência, após constataram os desvios.