Cigarro comum tem sido trocado por ‘vape com vitamina’ em MT; especialistas alertam sobre ineficácia

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Por Julie Correia, Centro América FM
‘Vape de vitaminas’: cigarros eletrônicos têm proibição da Anvisa, mas é vendido livremente na internet; — Foto: TV Globo/Reprodução

João Vitor da Costa, de 18 anos, trabalha em uma instituição bancária, em Cuiabá, e começou a usar cigarro eletrônico para substituir o cigarro comum. Mas ele sabe que o vape com vitaminas não tem nenhum valor nutricional. Especialistas apontam ainda que essa não é a melhor forma de desapegar ao vício.

“Eu uso assim por que eu gosto e para parar de fumar cigarro. Acho que todo mundo que fuma já sabe que não tem nenhum valor nutricional e, na verdade, isso mais degrada do que ajuda”, disse.

Apesar de alguns terem consciência de que o uso do cigarro eletrônico é prejudicial à saúde, a informação que circula na internet também contribui para esse consumo. Anúncios prometem que o produto traz mais energia, firmeza na pele e ainda possibilita a recuperação muscular.

Os cigarros eletrônicos são vetados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sendo proibida a comercialização e propagandas de qualquer dispositivo eletrônico, seja para fumar ou para suplementação de vitaminas, probióticos ou enzimas.

O médico de esporte, João Lombardi, explicou que nenhuma suplementação pode ser feita dessa forma e somente um profissional da saúde pode indicar o uso correto.

“O que temos hoje quanto à absorção de micronutrientes e vitaminas é pela alimentação. É a via preferencial. Grande parte das vitaminas que temos é pela alimentação, salvo casos específicos”, afirmou.

A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) mostrou, através de estudos, que o uso de cigarro eletrônico causa doenças não só respiratórias, mas gastrointestinais. A pneumologista Keyla Maya disse que trocar o cigarro comum pelo eletrônico pode ser uma armadilha.

“Não se para de fumar, fumando. Nós usamos nicotina em forma de disco, chicletes e pastilhas para as pessoas pararem de fumar. Porque o cérebro, a medida que fica dependente da nicotina. O que deve ser desarmado gradativamente para evitar a abstinência”, afirmou.

Os problemas ocasionados pelo uso deste cigarro vão muito além da irritação na pele ou reações alérgicas, segundo ela. Apesar da Anvisa proibir esse produto, a fiscalização do comércio fica sob responsabilidade das autoridades locais.