Ação será realizada mesmo com a decisão da Justiça de suspender a intervenção; gabinete apontou um rombo de R$ 356 milhões na secretaria municipal.
Por g1 MT

A Polícia Civil realiza uma força-tarefa para investigar o rombo de 356 milhões na Secretaria de Saúde de Cuiabá. A ação será realizada mesmo com a decisão da Justiça de suspender a intervenção do governo estadual no município, conforme publicação nesta sexta-feira (6).
De acordo com diretor de Atividades Especiais da PCJ, Victor Hugo, a operação ainda está em fase preliminar e aguarda envio de relatórios para instaurar possíveis inquéritos. Caso sejam necessárias, as investigações serão realizadas também pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor).
Após conclusão das primeiras investigações, o relatório será encaminhado para análise da Controladoria Geral do Estado (CGE) e, em seguida, para o Ministério Público Estadual e a Deccor, que atuarão em conjunto, informou a polícia.
Rombo na Saúde de Cuiabá
Levantamento feito pelo Gabinete de Intervenção apontou um rombo de R$ 356 milhões na Secretaria de Saúde de Cuiabá. O boletim, divulgado na última terça-feira (3), mostra ainda que o saldo atual de todas as contas da secretaria e da Empresa Cuiabana de Saúde é de pouco mais de R$ 5,6 milhões, valor insuficiente para quitar até mesmo as dívidas mais urgentes.
Em nota, a prefeitura informou que entrou em contato com os ex-gestores da SMS, Suelen Alliend, Gilmar Cardoso e o ex-diretor geral da Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP), Paulo Rós, que afirmaram que os números foram apresentados de forma indiscriminada, sem apontamentos detalhados, e que divulgarão um levantamento criterioso sobre restos a pagar.
As dívidas encontradas são referentes aos anos de 2020 a 2022 com fornecedores, despesas sem contratos, INSS e FGTS.
De acordo com o interventor Hugo Fellipe Lima, as informações serão encaminhadas ao Ministério Público e à Justiça para tomarem ciência sobre as falhas identificadas na Saúde da capital.
O boletim divulgado diz que há um ‘colapso financeiro’ no setor e que a maior parte dos recursos da Saúde necessita de repasses da Secretaria de Fazenda do Município. A decisão para transferência desses valores depende do secretário de Fazenda e do prefeito.