OPERAÇÃO KALÝPTO – Polícia: filha de traficante atraiu maranhenses para a morte

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Do: MidiaNews
O crime vitimou quatro homens em maio de 2021; Polícia já prendeu sete envolvidos
O delegado Caio Fernando Albuquerque, responsável pelo caso

A jovem Erickelly de Jesus Albernaz, de 21 anos, filha do falecido traficante “Maninho”, que liderava o tráfico no Bairro Pedregal, em Cuiabá, era vizinha dos jovens maranhenses assassinados por uma organização criminosa em 2021, e teria ajudado na execução atraindo rapazes para sua quitinete. A informação é da Polícia Civil.

O caso é investigado pela Operação Kalýpto, que foi deflagrada nesta semana em Cuiabá.

Os irmãos Tiago Araújo, 32, e Geraldo Rodrigues da Silva, 20, o cunhado deles Clemilton Barros Paixão, 20, e Paulo Weverton Abreu da Costa, 23, que era amigo do trio, vieram do Maranhão para Mato Grosso a trabalho, e foram mortos por integrantes do Comando Vermelho.

Segundo o delegado responsável pelo inquérito, Caio Fernando Albuquerque, nos depoimentos ela manteve as versões de que não conhecia os jovens ou o paradeiro deles.

“Ela foi ouvida em três ocasiões diferentes na DHPP e em todas alegou que não conhecia as vítimas, que não morava mais no conjunto de quitinetes, enquanto que a investigação apurou que ela conhecia sim, todas as vítimas, inclusive atraiu os rapazes ao local, de onde depois foram sequestrados e mortos pelo grupo criminoso”, explicou o delegado.

Entretanto, a investigação apontou que a suspeita morava em uma quitinete ao lado das Tiago e Paulo, ou seja, eram vizinhos de parede. A presa, porém, atendeu à risca a ordem da facção e negou que conhecesse as vítimas, segundo o delegado.

Contudo, a investigação revelou que na tarde em que as vítimas desapareceram, a jovem chamou Tiago e Paulo para que a ajudassem a trocar uma lâmpada na quitinete dela.

Os rapazes a auxiliam, enquanto que os outros dois, Clemilton e Geraldo, estavam nas proximidades. Nesse ínterim, entra no prédio das quitinetes o grupo criminoso que pega todas as vítimas e as levam ao local onde foram torturadas e depois executadas.

Nos depoimentos no curso da investigação, a jovem, porém, alegou que conhecia apenas duas vítimas, de vista, e as outras afirmou que nunca as tinha visto no bairro ou nas quitinetes, além de não ‘ter a mínima ideia’ de quem teria envolvimento nos desaparecimentos.

Ela reiterou ainda que não conhecia nenhum dos criminosos investigados e que teria se mudado do local um mês antes dos desaparecimentos das vítimas.

Ouvida no inquérito policial, a mãe da presa, que é proprietária das quitinetes, também seguiu a mesma ordem dos criminosos e alegou que não tinha conhecimento do que ocorrera com as vítimas. Ela ainda tentou alegar que a filha desconhecia os fatos ocorridos.

Geraldo e Paulo trabalhavam como serventes de pedreiro; Tiago em uma empresa de asfalto e Clemilton era mecânico de motos. Além de condenar as quatro vítimas a um tribunal da facção, os integrantes da organização criminosa também coagiram familiares das vítimas, que foram obrigados a ir embora de Cuiabá porque receberam ameaças de morte.

Buscas complementares

Nesta quarta-feira, uma equipe da DHPP cumpriram buscas em residências nos bairros Jardim Leblon e Pedregal para complementar o material probatório do inquérito.