Investigação revela que vereador tentou atirar em colega dentro de plenário, mas arma falhou; parlamentar não tem porte de arma

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Do: Olhar Direto
Foto: Polícia Civil/Colagem

Investigações da Polícia Civil de Querência, comandada pelo delegado Rogério Gomes Rocha, evidenciaram que o vereador conhecido como Professor Neriberto (PSC) não apenas sacou e apontou a pistola para seu colega Edimar Batista, como também tentou atirar contra ele, durante sessão parlamentar.

Os disparos, porém, não ocorreram. Em seu primeiro depoimento à delegacia, Neriberto não apresentou a arma nem a documentação de autorização do porte. Diante disso, foi cumprido mandado de prisão por tentativa de homicídio, porte ilegal de arma de fogo e ameaça.

Buscas e apreensões em sua residência e gabinete também foram efetuadas em busca do artefato bélico usado no cometimento dos crimes. Neriberto foi preso em Cuiabá nesta quinta-feira (24).

O caso foi tratado inicialmente como ameaça, pois entendeu-se que Neriberto, que também é sargento da reserva remunerada da PM, possuía autorização para porte de arma de fogo e que apenas havia sacado a arma para intimidar Edimar em meio a uma discussão.

Contudo, em seu primeiro depoimento à delegacia do município, Neriberto não apresentou os documentos de autorização do porte, já que a corporação militar não outorgou a ele esse direito. Também não apresentou a pistola que sacou.

A Polícia Civil, então, orientou que o vereador apresentasse, o mais breve possível, tanto a arma quanto a documentação para ser verificado se foi a pistola usada para o cometimento dos crimes, no entanto o professor neriberto não atendeu ao pedido da PJC.

O delegado Rocha aprofundou as investigações e constatou, por meio das análises que seus investigadores fizeram nas câmeras de segurança do parlamento, que o suspeito teve a intenção de atirar contra seu colega. Os tiros, porém, não foram efetuados por razões ainda desconhecidas, já que a arma ainda não foi encontrada.

Diante disso, foi representado mandado de busca e apreensão para procurar o artefato bélico na residência e no gabinete do vereador, bem como foi cumprido mandado de prisão contra Neriberto no inquérito instaurado por tentativa de homicídio, porte ilegal de arma de fogo e ameaça.

O sargento da reserva foi preso por policiais civis de Querência, com apoio da GCCO da capital, nesta quinta-feira (24), nas proximidades de um hotel na Avenida do CPA em Cuiabá.

A tentativa de homicídio

O caso aconteceu nesta segunda-feira (21), após uma discussão na câmara, por conta dos projetos que tratam sobre o aumento do número de vereadores, saltando de 9 para 11, e a implantação de férias remuneradas além de 13º para os legisladores.

Ao Olhar Direto, ainda na segunda, Neiriberto demonstrou tranquilidade e garantiu que a situação já foi resolvida, sem o registro de qualquer boletim de ocorrência. Segundo o parlamentar, os projetos polêmicos nem estavam na pauta de votação, mas alguns colegas começaram a se posicionar.

“Nós tínhamos quatro vereadores contrários e cinco favoráveis e houve uma discussão. Muitos populares lotaram a Câmara, mas o projeto nem estava em pauta. Eu me posicionei contrário e esse meu colega que também é contra entendeu que a conversa era com ela e se levantou. Eu me levantei também, mas nem deu tempo de entrarmos em vias de fato, pois caímos e eu saquei a arma”, explicou o vereador, que é sargento da Polícia Militar.

Neiriberto disse que eles foram até a delegacia, mas não registraram boletim, pois entenderam que a situação não era para tanto. O vereador-militar admitiu que se excedeu, mas pontuou que tudo estava resolvido. [IFrame]

“Pela Promotoria Pública eu devo responder pelo excesso. Reconheço que me excedi. O meu colega também reconheceu que não deveria ter se levantado, pois uma ação sempre tem uma reação. Não costumo andar armado, foi a primeira vez, um caso isolado” pontuou.

Apesar de os parlamentares não terem representado um contra o outro, um B.O. foi registrado pelos policiais que estavam na Câmara e atenderam a ocorrência. Conforme o registro, Neiriberto desferiu um soco contra Edimar e logo se desequilibrou, caíndo ao chão. Edimar aproveitou para revidar a agressão sofrida, momento em que o sargento saca a arma e ameaça o colega de Legislativo.