Moradores de Chapada reclamam que estão há 6 dias sem água

178 0
Do: MidiaNews
Racionamento de abastecimento ocorreu após um raio incendiar o sistema de captação
O Sistema Autônomo de Água e Esgoto afirmou que está disponibilizando caminhões-pipa

Moradores de Chapada do Guimarães estão pedindo providências após ficarem seis dias sem abastecimento total de água depois que um raio danificou um dos sistemas de captação da cidade.

Em entrevista ao MidiaNews, uma moradora do Bairro Recanto dos Angicos, que preferiu não se identificar, relatou que a última vez que recebeu água na casa em que reside com os pais foi no dia 2 de novembro.

Desde então a família estava dependendo da cisterna para conseguir abastecer e conseguir fazer as atividades básicas do cotidiano. No entanto, após quase uma semana sem abastecimento de água, o reservatório esgotou e agora eles estão sem o item básico.

“Esse problema da água é crônico. Chapada é uma região que tem água, eu não sei se é falta de interesse, de proatividade ou o que acontece para que não se resolva o problema de forma efetiva”, questiona.

Em agosto deste ano a Prefeitura de Chapada dos Guimarães já havia emitido uma nota pedindo que a população racionasse o consumo de água devido ao período de estiagem.

Na época o Governo de Mato Grosso chegou a homologar um decreto de situação de emergência devido à falta de abastecimento de quase cinco mil moradores da cidade turística.

Na última sexta-feira (28) um novo problema fez que com que o abastecimento fosse parcialmente interrompido novamente, quando um raio atingiu o sistema elétrico da captação de água conhecida como ‘Zélito’, que foi incendiado.

Após o problema, o Sistema Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Chapada prometeu que o abastecimento voltaria à normalidade a partir de sexta-feira (5), porém a promessa não foi cumprida.

Isso fez com que os moradores procurassem a imprensa para reclamar sobre a falta de resposta. Ainda em conversa com o MidiaNews, uma das afetadas relatou que além dela e de seus vizinhos, até mesmo proprietários de pousadas estão passando pela mesma dificuldade.

Sendo uma cidade cartão postal do turismo e em meio à pandemia, a moradora se mostra revoltada com o descaso que impede que a população tenha acesso a um direto básico e essencial que é a água.

“A gente se sente lesada. Como viver sem água? Não tem como. Em plena pandemia faltar água é inadmissível, porque a lavagem da mão é imperiosa, então a falta de higiene nesse período é crítica, caótica”, afirma.

 

Outro lado

A reportagem entrou em contato com o SAAE, que explicou que não está havendo a paralisação no abastecimento de água e sim um pedido de racionamento de consumo.

Após o incidente na sexta-feira, os funcionários foram notificados e ficaram cerca de dois dias fazendo a avaliação do dano causado pelo raio. Depois deste processo, a equipe aguardou as empresas mandarem os orçamentos para avaliar a recuperação mais rápida e chamar o técnico para fazer o estudo de reparo do sistema.

O equipamento ainda não foi completamente restaurado, porém a equipe garantiu que os moradores que não estão recebendo água podem solicitar o abastecimento por caminhão-pipa e assim serão atendidos.

O SAAE ainda afirmou que o sistema de captação danificado deve voltar a funcionar até terça-feira (9). Os moradores sem água podem entrar em contato pelo número: 3301-5200.

 

Problema recorrente

A escassez hídrica em Chapada dos Guimarães já é um problema que aflige a população a cerca de 20 anos. Após uma série de reclamações, em 2018, o então governador Pedro Taques inaugurou a obra que prometia dar fim ao problema.

Com um investimento de R$ 17 milhões a ampliação do Sistema de Abastecimento de Água do município era uma esperança de normalização e garantia de triplicar o volume de água disponível nas torneiras de residências e comércios locais durante o período de seca.

Com a expansão, a esperança era que a capacidade de fornecimento de água no município saltasse de 30 litros por segundo, no período de seca (geralmente de junho a setembro), para até 100 litros por segundo.

No entanto, apesar do investimento milionário, a promessa foi quebrada já em 2019, quando moradores ficaram sem água por quase um mês na cidade. À época, o MidiaNews cobriu o assunto e SAAE culpou a construção, alegando defeitos nos motores instalados.