Juiz federal bloqueou R$ 46 milhões de investigados; veja tabela

160 0
Do: MidiaNews
Deflagrada ontem, Operação Cupincha investigou esquema de desvio de verbas e lavagem de dinheiro
O juiz federal Jefferson Schneider, da 5ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso

A Justiça Federal de Mato Grosso determinou o bloqueio de R$ 46,4 milhões dos investigados na Operação Cupincha, deflagrada nesta quinta-feira (28) pela Polícia Federal. A ação resultou na prisão do ex-secretário municipal de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues.

Ao todo 21 pessoas físicas e jurídicas tiveram contas bloqueadas pela decisão, que foi assinada pelo juiz Jefferson Schneider, da 5ª Vara Federal de Mato Grosso.

O maior montante bloqueado pertence ao empresário Paulo Roberto de Souza Jamur, no total de R$ 4.194.639. Ele foi preso em Curitiba (PR).

Além da pessoa física de Paulo Roberto, a decisão também bloqueou R$ 3.465.989 da Paulo Jamur Sociedade Individual Advocacia, assim como outros R$ 3.604.099 de Mírian Flavia Jamur.

De Célio Rodrigues, a Justiça bloqueou R$ 2.163.955.

Apesar de terem sido alvos da operação, as empresas Hipermed Hipermed Serviços Médicos & Hospitalares S.A., Ultramed – Serviços Médicos Hospitalares Ltda E Smallmed Serviços Médicos E Hospitalares Eireli não tiveram as contas bloqueadas, segundo a Justiça Federal.

“Para não prejudicar a prestação de serviços de saúde à sociedade, assim como o regular pagamento da remuneração devida aos profissionais de saúde responsáveis por esse serviço, as empresas (…) não foram atingidas pela medida de indisponibilidade de bens e valores, exatamente para evitar qualquer interrupção do serviço de saúde do Município de Cuiabá”, consta em nota divulgada pela Justiça Federal.

O principal alvo da operação foi Rodrigues, que é suspeito de ter utilizado dinheiro desviado da Saúde de Cuiabá para comprar a Cervejaria Cuyabana, que tem sede em Várzea Grande. A suspeita é de que ele seja o sócio oculto da empresa.

 

Veja alvos e valores:

 

Cupincha

A Operação Cupincha é a segunda fase da Operação Curare, deflagrada em julho.

Nesta quinta-feira, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão nas cidades de Cuiabá e Curitiba (PR), além de duas prisões preventivas e de medidas de sequestro de bens, direitos e valores.

Um dos alvos de busca e apreensão foi a sede da Cervejaria Cuyabana, em Várzea Grande.

A operação visa desarticular uma organização criminosa investigada pelo envolvimento em fraudes a contratações emergenciais e recebimento de recursos públicos a título “indenizatório”, em ambos os casos sem licitação.

A ação teve o objetivo a realização de diligências investigativas, bem como de identificação e de constrição patrimonial, em decorrência de atos de corrupção e lavagem de capitais. As irregularidades envolvem o desvio de recursos públicos destinados à saúde.

Como se apurou na primeira fase da Operação Curare, um grupo empresarial, que fornece serviços à Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá e que recebeu, entre os anos de 2019 e 2021, mais de R$ 100 milhões, manteve-se à frente dos serviços públicos mediante o pagamento de vantagens indevidas, seja de forma direta ou por intermédio de empresas de consultoria, turismo ou até mesmo recém transformadas para o ramo da saúde.

Após o ingresso dos recursos nas contas das empresas intermediárias, muitas vezes com atividades econômicas incompatíveis, os valores passavam a ser movimentados, de forma fracionada, por meio de saques eletrônicos e cheques avulsos, de forma a tentar ocultar o real destinatário dos recursos.