Integrante de quadrilha do Novo Cangaço foi militar e repassou técnicas ao grupo de como se esconder em mata

152 0
Do: Olhar Direto
Foto: Reprodução

O delegado do Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Vitor Hugo Bruzulato Teixeira, que conduziu as investigações sobre o roubo as agências do Sicredi e Sicoob, em Nova Bandeirantes, informou que um dos mortos seria ex-militar do Exército Brasileiro. O conhecimento adquirido por Diego de Almeida Costa sobre sobrevivência na mata teria sido repassado ao grupo criminoso.

“Nós identificamos que o Diego que foi morto em um dos confrontos, ele tinha servido o Exército e por isso ele utilizou todo conhecimento adquirido sobre sobrevivência na mata. Como eu disse, essa técnica militar de esconder os alimentos que são consumidos, de enterrar, tudo isso são técnicas militares, que segundo as investigações, foi passado para o grupo criminoso através do Diego que havia prestado serviço ao Exército”, disse nesta sexta-feira (1), durante coletiva de imprensa.

Ainda conforme o delegado, ficou comprovada também que o empresário Luiz Miguel Melek, 40 anos, cuja família afirmava ter sido morto por engano, fazia parte da quadrilha.

“Ele [Luiz] ficou responsável por levar alimentação para esses criminosos que estavam escondidos em região de mata e também fazer os primeiros resgates. Os resgates não iriam acontecer de forma simultâneas, seriam alteramos. No primeiro dia combinado, 10 de junho, houve o primeiro confronto, onde ele, inclusive, acabou indo a óbito”.

Luiz Miguel era sócio-proprietário de uma oficina de motos da cidade de Alta Floresta que emprega 15 funcionários e não tinha passagem criminal.

A investigação conduzida por Bruzulato identificou 22 pessoas envolvidas no crime. Destas, nove morreram em confronto policial e 13 foram indiciadas.

O roubo teve início pouco antes das 10h da manhã do dia 4 de junho deste ano. Os criminosos empregaram uso de arma de fogo de grosso calibre, como metralhadoras, fuzís e escopetas calibre 12. Na fuga eles utilizaram uma caminhonete.

Na porta do banco eles deixaram reféns sem camisa e com as mãos para cima enquanto faziam o recolhimento do dinheiro. Para assustar e evitar a chegada dos policiais, eles dispararam vários tiros em frente à praça pública.

Foram quase dois meses de buscas. A equipe do Batalhão de Operações Especiais (Bope) chegou a Cuiabá no dia 1º de agosto, marcando o fim da operação. Em uma cerimônia no batalhão da unidade especializada, houve uma recepção por parte dos colegas de farda, discurso do tenente-coronel Roque e também uma oração. Nenhum policial ficou ferido durante os 58 dias de incursões em matas.

Os mortos são Romário Oliveira Batista, Maciel Gomes de Oliveira, Luiz Miguel Melek, Waldeir Porto Costa, conhecido como Índio, Diego de Almeida Costa, Adailton Santos da Silva, Ronaldo Rodrigues de Souza e/ou Francisco de Assis Cavalcante dos Santos, conhecido como Galego, Cristiano de Jesus Nunes, de 28 anos, e Samuel Santos Silva, conhecido como Salvador, 44 anos.

Os presos são Salvador Santos Portela, 50 anos, que teve a prisão convertida para preventiva, Edenicio Pereira Cavalcante, conhecido como Coroinha, que teve a prisão em flagrante convertida em preventiva, Josias Silveira, que teve a liberdade provisória com o uso de tornozeleira eletrônica, Franklis Souza de Jesus, conhecido como Frann, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva e Valdecir de Salles Barboza, cuja prisão em flagrante foi convertida em preventiva.