Nível do Rio Paraguai em Cáceres (MT) pode chegar a 40 cm e atingir o menor nível desde 1965

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Por G1 MT
Maior seca registrada nos últimos 50 anos deixa Rio Paraguai em situação crítica — Foto: Ronivon Barros

O nível do Rio Paraguai, em Cáceres (MT), está atingindo os menores valores mínimos considerando toda sua série histórica de dados, desde 1965, conforme o monitoramento hidrológico do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM). A previsão para a cota mínima ao final do período seco é que o rio oscile próximo ao nível de 40 cm em Ladário.

O nível, segundo a instituição, continua na zona de atenção para mínimas nas demais estações.

Em Goiás, Tocantins e leste de Mato Grosso, nos rios Manuel Alves, Araguaia, Caiapó, Claro, a precipitação acumulada de todo o ano hidrológico não só ficou abaixo da média de 20 anos para toda a bacia, mas é a mais baixa de toda a série.

Em relação à bacia do rio Paraguai, atualmente, a precipitação no ano hidrológico também é a mínima desde 2000/2001, sendo 34% abaixo da média.

Pelo segundo ano consecutivo, o rio Paraguai, que drena a Bacia do Alto Paraguai e o bioma Pantanal, vem apresentando valores de nível d’água significativamente abaixo da média.

Barcos ficam no seco após baixa no nível do Rio Paraguai em Cáceres (MT) — Foto: Divulgação
Barcos ficam no seco após baixa no nível do Rio Paraguai em Cáceres (MT) — Foto: Divulgação

Com tendência de declínio de seu nível até o mês de outubro, quando normalmente termina o processo de vazante, o rio Paraguai preocupa em todas as estações monitoradas pelo (SGB-CPRM).

O comportamento dos rios na bacia vem confirmando o prognóstico divulgado pelo órgão desde o início de junho, quando ficou claro que o processo de vazante havia iniciado antecipadamente em 2021.

Impactos da estiagem

A bacia do rio Paraguai abrange uma das maiores extensões de áreas alagadas do planeta: o Pantanal.

O período de estiagem tem implicações para navegação no rio Paraguai, hidrovia por onde escoa principalmente produção de grãos e minérios para exportação.

Outro problema que ronda a região é o abastecimento de água. Alguns municípios estão planejando captação de água alternativa com o uso de bombas móveis.

O rio Paraguai nasce na Chapada dos Parecis, e segue na direção sul, percorre o limite entre os biomas da Amazônia e do Cerrado, adentrando no Pantanal, na região de Cáceres, por onde segue até deixar o Brasil para o Paraguai.

Desde sua cabeceira, o rio Paraguai drena para as regiões de depressão da planície do Pantanal, sendo o principal canal de drenagem da Bacia do Alto Paraguai (BAP). Possui uma extensão total de 2.621 km, dos quais 1.693 km se dão na RH-Paraguai, desde sua nascente até a foz do Rio Apa.